"Tu só, tu, puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano."

Os Lusíadas, Luís de Camões
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Os amantes separam-se hoje...

por: Bruno Micael

Hoje, faz 654 anos que D. Inês de Castro foi brutalmente assasinada. Aqui transcrevemos um poema de Bocage que vem mesmo a propósito:

Da triste, bela Inês, inda os clamores
Andas, Eco chorosa, repetindo;
Inda aos piedosos Céus andas pedindo
Justiça contra os ímpios matadores;

Ouvem-se inda na Fonte dos Amores
De quando em quando as náiades carpindo;
E o Mondego, no caso reflectindo,
Rompe irado a barreira, alaga as flores:

Inda altos hinos o universo entoa
A Pedro, que da morte formosura
Convosco, Amores, ao sepulcro voa:

Milagre da beleza e da ternura!
Abre, desce, olha, geme, abraça e c'roa
A malfadada Inês na sepultura.


Após a condenação dos responsáveis pela morte de Inês, diz-se que D.Pedro fez uma cerimónia de coroação em que impôs à corte que todos os seus membros beijassem a mão de Inês.
Os túmulos, onde repousam para a eternidade, estão no Mosteiro de Alcobaça, de frente um para o outro para que, segundo a lenda, possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final.

Fontes:
Poema "A lamentável catástrofe de D.Inês de Castro" de Bocage
http://www.ruadapoesia.com/content/view/94/34/ - Sítio "Rua da Poesia"

Wikipédia - Inês de Castro
http://pt.wikipedia.org/wiki/In%C3%AAs_de_Castro

Wikipédia - 7 de Janeiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/7_de_Janeiro

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