"Tu só, tu, puro Amor, com força crua, Que os corações humanos tanto obriga, Deste causa à molesta morte sua, Como se fora pérfida inimiga. Se dizem, fero Amor, que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga, É porque queres, áspero e tirano, Tuas aras banhar em sangue humano."
Os Lusíadas, Luís de Camões _____________________________________________
Desde sempre a música inspirou os amantes fazendo-os sorrir nas horas de maior paixão e chorar as horas de sofrimento que o duro e fero amor lhes proporciona. Com esta música de Cari Giorni, desfrutemos deste amor do qual sobressai a dor extrema de um amor aniquilado. A vós, Pedro e Inês.
"Cari giorni a me sereni d’innocenza e di virtù, foste brevi, siete spenti, né a brillar tornate più. Nel dolor è scorsa intera la prim’ora dell’età, mia giornata innanzi sera nel dolor tramonterà."
Tradução: “Meus caros, serenos dias” Meus caros, serenos dias de inocência e virtude, fostes breves, já não sois, nem a brilhar voltareis. Na dor, profunda dor, a minha vida amanheceu, o meu dia, com o crepúsculo na dor irá anoitecer."
FONTE: Giuseppe Persiani Ines de Castro (Salvatore Cammarano) “Cari giorni a me sereni” (Inês – Romanza – Acto II)
«Pedro que procura Inês», assim se gosta de intitular Rui, é um jovem que procura a «Inês» amada, que perdeu, segundo ele, por “uma estupidez”.
Contactamos Rui que referiu num comentário deixado neste blogue que o propósito de “Pedro Procura Inês”, não é somente o de procurar a «sua Inês», mas também “criar uma vigorosa obra de arte para Portugal sonhar histórias de amor”.
A perda aconteceu já há algum tempo. No entanto, uma troca de olhares, há uns meses, reacendeu a paixão. Rui só tinha duas opções, ou desistia ou ia atrás da paixão da sua vida. Escolheu a segunda opção!
Espalhou os “paineis de adoração” pela cidade de Lisboa, paineis que já se tornaram um verdadeiro material de culto.
No seu blogue (www.pedro-procura-ines.blogspot.com) uma comunidade segue, a par e passo, aquilo que os astros refletem sobre «Pedro» e sobre «Inês» e também os encontros que ele tenta combinar. Mas ela nunca aparece!
No entanto, Rui diz-nos: “não devem, é claro, acreditar muito nas coisas que vou dizendo. Na minha Carta dos Céus se lê bem minha extraordinária capacidade para mentir.”
Amor roubado, este sentido por Pedro e Inês. Dois corações amarrados por um forte amor que apenas a tirania que um homem cruel foi capaz de separar. Impossível dizer ou sequer pensar que este é um amor destruído: nem a morte o diminuirá nem a vida conseguirá algum dia abstrair-se dele.
Com a morte de Inês de Castro, o nosso Portugal ganhou um coração despedaçado. D. Pedro jamais sentiu qualquer calor em seu coração.
Seus filhos, fruto dum intemporal sentimento, permanecerão para sempre nos gritos de misericórdia evocados por sua mãe.
A este grande amor, um bem-haja eterno de alguém que admira tão poderosos corações.
Nos dias que correm o romantismo parece perdido; o amor torna-se mais comercial do que sentido. Já quase não existem amores tão verdadeiros como os de Pedro e Inês. Contudo, existe uma tradição que continua a juntar muitos corações e a selar amores. A ponte Milvio, que se ergueu sobre o rio Tibre em 207 a.C., é mais um dos muitos monumentos que celebram o amor.
Reza a lenda que os soldados depois do serviço militar vinham colocar, nesta ponte, cadeados e atiravam a chave ao rio em sinal de missão cumprida. Mais tarde, esta prática foi adoptada pelos namorados que, no poste central da ponte, fazem as suas juras de amor e fecham o cadeado para de seguida atirarem a sua chave ao Tibre de modo a perpetuarem o seu amor.
Esta ponte tem sido palco de imensas surpresas. Muitos dos cadeados têm mensagens gravadas e existem alguns que servem de ligação a casais que estão separados pela distância, sendo o objecto físico que mantém a ligação metafísica. Esta tradição ganhou popularidade após a estreia do filme italiano “Ho voglia di te” no qual os protagonistas colocam o seu cadeado na ponte. Em Março de 2007 o poste da ponte desabou (talvez algum amor fosse grande demais), tendo sido reerguido dias depois do incidente.
Para bem dos nossos amantes Pedro e Inês, a própria História e grandeza do seu amor iria eterniza-lo, prendendo este amor com o mais forte dos cadeados ao imaginário português.
Houve um tempo em que se acreditava que os Lírios contribuíam para a aproximação dos amantes, crendo que os bolbos tinham poderes místicos que reaproximavam os enamorados afastados. Um lírio, pois, para celebrarmos o amor de Pedro e Inês.
02/06/2009: Este blogue conseguiu o 3º lugar no Concurso "Inês de Castro". O nosso grupo dá os parabéns a todos os participantes e vencedores deste concurso.
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06/02/2009: Adicionado espaço de "Ligações sobre os amores de Pedro e Inês"
29/01/2009: Adicionado espaço de "Ligações Institucionais"